sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

O voo fugaz da cegonha...



Por um dos caminhos que passei, naquela tarde solarenga de Primavera, observei uma ave no céu. Uma ave de corpo esguio e bico aguçado. Uma cegonha. Voava fugazmente pelo céu. Talvez para mais um ciclo migratório. Talvez para, simplesmente, fazer o reconhecimento do lugar onde, mais uma vez, iria contruir o seu ninho. Afinal era Primavera. O voo da cegonha teve em mim um sentido poético, quase que espiritual. Nesse dia, senti que a minha vida era tão parecida à da cegonha. A construção de um ninho começa com uma história de amor. Cada pauzinho, cada feno entrelaçado está na origem de sonhos. Sonhos de voar. E os sonhos nascem do amor.
 Também chove na Primavera, mas a cegonha está lá. E debaixo das suas grandes asas, a cegonha protege, sempre, as suas crias. Ou quase sempre. Pois como ave migratória que é, um dia vai deixar o seu ninho e desaparecer no céu a escurecer. Certa, porém, que no novo despertar da natureza, o seu ninho vai permanecer.

por Vânia Margarida SLB Raposo

A memória que somos...



Daqui a muitos muitos anos, quando a vossa memória vos falhar nos pequenos pormenores da vossa infância, espero que este blogue ainda exista. Apesar de ter consciência que poderá até estar obsoleto, por certo, mas estará aqui para vos fazer lembrar de algumas coisas que sonhámos juntos.
Sabem, meus queridos, por vezes as palavras, como dizia o poeta, “leva-as o vento”. No entanto, a palavra escrita fica para sempre. Por isso vou escrever algumas palavras para que daqui a muitos anos, quando eu já for velhinha, vocês as possam ler e entender. Pois acredito que agora pode ainda ser demasiado cedo para as perceberem. Quero lembrem os dias em que estive na vossa vida. Foi uma passagem fugaz, como o voo da cegonha, mas foi de uma intensidade tamanha que neste dia, que hoje vos escrevo, vocês tiveram a capacidade de plantar no coração da vossa agora educadora, a Feliciana, o mais nobre dos gesto. Recebi o telefonema dela. Não a conhecia, mas ela deu-me a maior prenda de Natal que se pode dar a alguém – ouvir as vossas vozes num desejo de Feliz Natal! Nunca mais me irei esquecer! Ao contrário da vossa ainda pequena memória, a minha já é grande e traz grandes sonhos com ela. Sonhos já grandes e outros ainda pequeninos, mas que levarei para a eternidade comigo.
Um OBRIGADA do tamanho do mundo por tudo o que me deram! Façam o favor de ser felizes! Adoro-vos...
a vossa um dia educadora,

Vânia Margarida S. L. B. Raposo


PS. No próximo post vou deixar um texto que expressa a forma que gostaria de dizer “Até um dia!”. Pensei e escrevi este texto nos caminhos que me levaram a S. Martinho das Amoreiras.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Projeto "Vamos desenhar a nossa terra: passado e presente"



“Pede-se a uma criança: Desenha uma flor! Dá-se-lhe papel e lápis. A criança vai sentar-se no outro canto da sala onde não há mais ninguém. Passado algum tempo o papel está cheio de linhas. Umas numa direcção, outras noutras; umas mais carregadas, outras mais leves; umas mais fáceis, outras mais custosas. A criança quis tanta força em certas linhas que o papel quase não resistiu. Outras eram tão delicadas que apenas o peso do lápis já era demais. Depois a criança vem mostrar essas linhas às pessoas: Uma flor! As pessoas não acham parecidas estas linhas com as de uma flor!”
 Almada Negreiros


 



No seguimento do projeto iniciado no ano letivo anterior – A minha terra: passado e presente – e tendo em conta que houve alterações no corpo docente da Escola Básica de S. Martinho das Amoreiras, adotou-se para este ano letivo o subtema “Vamos desenhar a nossa terra: passado e presente”.
Na sua génese este projeto pretendeu fazer uma recolha globalizante do património tradicional da região (danças, gastronomia, apanha da azeitona, etc.).
 Durante este ano letivo fizemos a transição para o património edificado de S. Martinho das Amoreiras, antigo e recente, através da recolha de fotografias das duas épocas, o passado e o presente, junto das famílias. Surge, assim, o subtema “Vamos desenhar a nossa terra: passado e presente”, onde procurámos ver a nossa terra pelos olhos das crianças, através dos seus desenhos. Para isso foi feita uma seleção, junto com as crianças, do património edificado que gostaríamos de desenhar. As crianças da Escola Básica de S. Martinho das Amoreiras elaboraram vários desenhos à vista com recurso a várias técnicas de expressão plástica (tinta da china, carvão, lápis, aguarela, etc.). O culminar do projeto resultou numa exposição, aberta à comunidade escolar e local, onde pudemos observar a localidade de S. Martinho das Amoreiras, através de fotografias antigas, fotografias recentes e os desenhos à vista efetuados pelas crianças.
Aqui fica o nosso trabalho...