sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

O voo fugaz da cegonha...



Por um dos caminhos que passei, naquela tarde solarenga de Primavera, observei uma ave no céu. Uma ave de corpo esguio e bico aguçado. Uma cegonha. Voava fugazmente pelo céu. Talvez para mais um ciclo migratório. Talvez para, simplesmente, fazer o reconhecimento do lugar onde, mais uma vez, iria contruir o seu ninho. Afinal era Primavera. O voo da cegonha teve em mim um sentido poético, quase que espiritual. Nesse dia, senti que a minha vida era tão parecida à da cegonha. A construção de um ninho começa com uma história de amor. Cada pauzinho, cada feno entrelaçado está na origem de sonhos. Sonhos de voar. E os sonhos nascem do amor.
 Também chove na Primavera, mas a cegonha está lá. E debaixo das suas grandes asas, a cegonha protege, sempre, as suas crias. Ou quase sempre. Pois como ave migratória que é, um dia vai deixar o seu ninho e desaparecer no céu a escurecer. Certa, porém, que no novo despertar da natureza, o seu ninho vai permanecer.

por Vânia Margarida SLB Raposo

Sem comentários:

Enviar um comentário